O presidente da Comissão Episcopal para Animação Bíblico-catequética da CNBB, dom Eugênio Rixen, afirmou que para ser discípulo de Jesus é preciso dar testemunho,“que fala mais que as pregações”. Ele citou os mártires como exemplo de discípulos missionários de Jesus Cristo e lembrou a missionária Dorothy Stang, assassinada em Anapu (PA), em 2005. “Ela não morreu por uma ideologia, mas por causa do evangelho”, justificou.
Dom Eugênio foi um dos conferencistas da 8ª Assembleia Nacional dos Organismos do Povo de Deus, que reúne 150 pessoas de cinco organismos ligados à CNBB desde ontem no Centro de Pastoral Santa Fé, em São Paulo.
“Hoje há muita espiritualidade light. Está na moda acreditar em Jesus, que é um entre os outros e, muitas vezes de maneira mágica. É preciso voltar ao Jesus da história. Ele é uma pessoa concreta”, disse o bispo.
Uma das condições para seguir Jesus, segundo dom Eugênio, é carregar a cruz, como o próprio Jesus falou. “Não há cristianismo sem cruz. Ela faz parte do amor. Não procuramos a cruz, mas o amor nos faz carregar a cruz de tantos crucificados”, observou. Ainda de acordo com o bispo, não pode seguir o Cristo quem se envergonhar dele. “Ser cristão hoje é nadar na contra a corrente. Não devemos ter vergonha de ser diferentes por causa de Cristo”.
O bispo enumerou, ainda, outros compromissos que devem fazer parte da vida de quem é discípulo missionário de Jesus como “servir os pobres, não monopolizar Deus, ser fiel nas pequenas coisas, não escandalizar, arrancar o mal pela raiz, viver a fidelidade, ser como os pequenos e ser desapegado dos bens materiais”.
A Assembleia dos Organismos do Povo de Deus reflete, neste ano, o tema “Discípulos missionários”, inspirado no texto tirado do livro dos Atos dos Apóstolos “Sereis minhas testemunhas”. A reunião termina amanhã com missa presidida pelo secretário geral da CNBB, dom Dimas Lara Barbosa.
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