Enquanto em Jerusalém estava sediada a elite sacerdotal, cúpula do judaísmo, na periférica Galiléia encontravam-se os fariseus, que eram as autoridades nas esparsas sinagogas da região. O anúncio de Jesus contradiz a doutrina dos chefes religiosos, os quais procuram eliminá-lo. Constantemente o acusavam de desrespeitar o sábado, bem como de blasfemador, quando ele perdoou o pecado de um paralítico. Agora querem simplesmente um sinal vindo do céu. É para pôr Jesus à prova. Eles pedem um sinal de grande poder, porém nada que venha abalar o próprio sistema religioso tradicional, que subjuga os pobres e excluídos. Talvez um sinal como o de Moisés, quando sua vara transforma-se em cobra... Seria até aceitável um sinal de
poder que apontasse para um processo de libertação do templo, submisso às benesses dos romanos. Jesus dá um suspiro profundo de mágoa. O judaísmo ("esta geração") está fechado ao seu anúncio de universalidade e misericórdia do Reino. O mais recente sinal, a partilha do pão, passou despercebido por eles.

A partilha exprime o compromisso concreto e histórico de Jesus com a implantação da justiça, mediante atitudes de compaixão e misericórdia. Os sinais de Jesus, que são os sinais do Reino, representam os atos em vista da libertação dos oprimidos e da promoção da vida.