Domingo, 17 de fevereiro
2º Domingo da Quaresma
Primeira Leitura – Gênesis 12, 1-4a
Salmo – 32 (33)
Segunda Leitura – 2º Timóteo 1, 8b-10
Evangelho – Mateus 71, 1-9
COMENTÁRIO
“Mestre, é bom estarmos aqui. Podemos levantar três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias...”.
A função do relato da “transfiguração consiste em visualizar o que antes se tinha formulado por palavras: Moisés e Elias encarnaram a Escritura (Moisés = a Lei e Elias = o profetismo). Quanto aos personagens mencionados, Moisés e Elias, o primeiro representa a Lei e o segundo, os Profetas, são a encarnação, ou melhor, a síntese do Antigo Testamento. Com isso, Mateus quer dizer que Deus aprova, no seu desígnio de salvação, a paixão que Jesus enfrentará. Como novo Moisés, ele conduzirá seu povo à liberdade.
A nuvem é símbolo da presença divina, como no Sinai, e a voz confirma a palavra de Jesus sobre a sua paixão, morte e ressurreição, antes dita aos discípulos. A presença dos três discípulos que nos revelar que eles fazem a experiência antecipada da glorificação de Jesus, que os encaminha rumo à maturidade da fé cristã.
Esse é o homem verdadeiro, Jesus, começo de uma nova humanidade, aquele que Deus planeja desde o primeiro instante da criação. Uma humanidade enraizada em Deus, que não faz do prazer, da presunção, do poder ou da riqueza os critérios do seu sucesso ou progresso, que não se ilude proclamando-se auto-suficiente, mas que põe toda a sua confiança naquele que o criou e a ama como Filho.
A transfiguração de Jesus nos revela essa capacidade prodigiosa e magnífica do corpo humano que pode se tornar o rosto da Luz Eterna. Nosso corpo é o primeiro evangelho, pois é por meio da expressão do nosso rosto, através da nossa abertura, da nossa benevolência e do nosso sorriso, que deve passar o testemunho da Presença Divina. E a vontade do Pai é que Jesus realize o êxodo. “Aparecendo envolto em glória, falava de sua partida que iria se consumar em Jerusalém, isto é, ele realizaria mediante sua morte, ressurreição e ascensão, o ato supremo de libertação do povo”.
Com a transfiguração, Jesus prepara os três discípulos, que haveriam de estar com ele no Jardim das Oliveiras, para o momento de sua paixão e morte. Para chegar à glória da ressurreição, era necessário passar pela cruz.