“Eis o tempo de conversão, eis o dia da salvação, ao Pai voltemos juntos andemos eis o dia da salvação.”
O tempo da quaresma se estende da Quarta-feira de cinzas até a missa “na ceia do Senhor” exclusive. Unidos a Jesus, que toma o caminho do deserto para aí ser tentado, entramos com a Igreja na grande provação da Quaresma, com a intenção de optar sempre pela vontade do Pai, em todas as circunstâncias. Nestes quarenta dias devemos fazer a caminhada de volta para nós mesmos e para o Senhor, iluminados por sua Palavra e pelos Sacramentos, com o intuito de revisarmos a própria vida, nos penitenciarmos e fazermos o caminho de volta, ou seja, a conversão.
A Palavra de Deus nos convida a rasgarmos os corações e não as vestes. Isto para nos falar desta atitude interior que é capaz de fazer com que cada ser humano possa olhar para o mais profundo de si mesmo e reconhecer as sua mazelas, fragilidades e pecados. Não basta reconhecer é preciso buscar o perdão e a misericórdia do Senhor por meio do perdão sacramental. É uma oportunidade para que libertos e renovados possamos celebrar na Páscoa de Jesus a páscoa de cada um de nós. Pois sempre, o que Deus nos propõe, é a vida. Assim celebraremos bem a Páscoa de Jesus se vivermos bem este tempo de conversão e penitência.
A Quaresma tem também um tripé que a marca como um verdadeiro caminho espiritual: o jejum, a esmola e a oração. O jejum é sinal de disponibilidade e solidariedade. Disponibilidade em escutar a Palavra do Senhor e se comprometer com ela; e a solidariedade com os irmãos que habitualmente passam privação de alimento, de meios econômicos, de bens culturais e de possibilidades concretas de desenvolvimento. A esmola, ou caridade é o que nos faz generosos, capazes de partilhar o que temos com os que passam privação. E a oração como o grande diálogo com Deus.
Assim, amado rebanho, reconciliai-vos com Deus e não deixeis passar em vão a Graça que o Senhor neste tempo favorável da salvação, vos oferece.
Uma boa vivência do tempo quaresmal e uma boa preparação para a Páscoa.
Um abraço fraterno,
Pe. Alessandro Alves Cardoso.
Vitória da Conquista, 07 de fevereiro de 2008.