Para o cristianismo o batismo é a inserção na Igreja de Jesus. Após a morte e ressurreição do Mestre e na sua última aparição aos seus discípulos na Galiléia, Ele dá a última orientação, ou melhor, ordena-os: “Ide, pois ensinai a todas as nações, batizai-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.” (Mt. 28, 19)
Podemos ver que a preocupação de Jesus não é só com o povo hebreu. Ele quer levar o seu projeto de salvação a todos os povos. A única exigência do Senhor é que tenhamos fé.
Não devemos reduzir este sacramento tão rico a uma mera tradição ou superstição popular, mas devemos observar que foi uma ordem direta do Salvador. Ser batizado é tornar-se pertencente ao Reino de Deus, na Igreja do seu Filho; é ser morto para o pecado e ressuscitado em Cristo e para Cristo.
João batizava nas águas um batismo de conversão, mas nem se quer se atrevia a colocar-se no lugar do mestre, pois dizia: “Eu vos batizo na água, em sinal de penitência, mas Aquele que virá depois de mim é mais poderoso do que eu e nem sou digno de carregar seus calçados. Ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo.” (Mt. 3, 11)
Batizar do grego significa mergulhar. Ser batizado é ser mergulhado não só nas águas, mas também no Espírito Santo. É a mudança radical de vida, deixando de ser criaturas para tornarmos filhos e filhas de Deus, em seu Filho Unigênito, o Salvador não só da humanidade, mas de toda criação.
Este sacramento só tem validade quando é administrado em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. É um sacramento perpétuo, não pode ser revogado. Sua rejeição significa pecado contra o Espírito Santo, até porque é um sinal de Deus, sinal de amor, misericórdia, acolhimento de um Pai que quer salvar os filhos e filhas da morte eterna, oferecendo assim uma nova “casa” glorificada no seu Filho Jesus: a nova Jerusalém eterna.
Temos o batismo como sinal de compromisso com Deus, com Jesus Cristo e com a Igreja, principalmente nos mais pobres e excluídos, pois Deus não quer ser servido em si mesmo, mas na pessoa de seus filhos e filhas. Assim como o Pai usou de misericórdia conosco, devemos ser misericordiosos com nossas irmãs e irmãos.
Rechin Pereira da Silva
Coordenador das Comunidades Eclesiais de Base – CEB’s
(Paróquia São Miguel Arcanjo)